Café plural, uma planta e três alimentos

 Café plural, uma planta e três alimentos

Por Diário do Comércio/Eustaquio Augusto dos Santos*

             Crédito: Marcos Santos/ USP Imagens

O Brasil, que já fornece os grãos que fazem do café a bebida mais consumida do planeta, passa agora a oferecer, a partir da mesma fruta de café cereja colhida nos imensos cafezais, uma supervitaminada farinha para a culinária de pães, doces e bolos e uma bebida de variados sabores que promete revolucionar a indústria ao oferecer um extrato natural energético e vitaminado para o consumo humano.

O processo foi desenvolvido pela Fazenda Paiol, no Sul de Minas, e pesquisadores da Epamig – Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais e Universidade Federal de Viçosa.

Consiste em utilizar a fruta madura de café cereja, descascá-la, usar os grãos para os cafés finos CD (Cereja Descascado) e com o resíduo proveniente do despolpamento, polpa e casca, produzir uma farinha hiper vitaminada, um novo suplemento alimentar, existente apenas nos Estados Unidos.

O extrato líquido proveniente do processo poderá ser absorvido pelas indústrias de bebidas, farmacêuticas e de cosméticos para desenvolvimento de variados produtos.

Esta calda líquida é obtida antes do descascamento/despolpamento. As frutas são imersas em tanques especiais e cobertas por água límpida onde ficam por três dias, findos os quais, escorre-se o líquido riquíssimo de nutrientes provenientes do processo de fluxo de massa, uma troca em meio líquido: parte dos minerais e proteínas da fruta passam para a água e a transformam no extrato em questão.

O processo original de utilização total da fruta madura de café, grãos, polpa e casca foi desenvolvido nos Estados Unidos por Dan Belliveau, ex-CEO da maior franquia de cafeterias do mundo, a Starbucks, e dois dos mais bem-sucedidos empresários da área de tecnologia, Bill Gates, dono da Microsoft, e Nathan Myrvold, ex-diretor de pesquisas da Microsoft, e dono de uma incrível empresa dedicada a invenções nas áreas de física nuclear, ótica e ciência da alimentação, a Intellectual Ventures.

Em Minas, apenas com base nas informações da existência desta superfarinha já à venda nos Estados Unidos desde 2014, o pesquisador da Embrapa Café/Epamig, Sammy Fernandes Soares e equipe da Universidade Federal de Viçosa desenvolveram para a Fazenda Paiol, em Três Corações, no Sul de Minas, um processo simples, criativo e eficiente de tal maneira a aproveitar 100 por cento da fruta madura do café para produzir o café CD, a calda e a farinha para consumo humano.

Os novos produtos foram produzidos de maneira artesanal, passaram pelos testes laboratoriais para verificação de sanidade e nutrientes e agora se trabalha no desenvolvimento do processo industrial e de negócios.

A história da plena utilização da fruta do café está contada por este jornalista e cafeicultor em e-book lançado no mês de outubro de 2020 na amazon.com.br e mais 16 países. Chama-se: “Comer Café – Como Bill Gates, um padeiro com Ph.D. e um CEO da Starbucks criaram a vitaminada farinha da casca da fruta de café cereja. Minas já come fatias deste bolo”.


*Jornalista e cafeicultor eustaquiosa@gmail.com

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